
As razões pelas quais eu vou votar "não" são as seguintes:
- A partir do momento em que um espermatozoide encontra um óvulo pelo caminho, para mim, já há vida.
- O nosso Governo devia apostar nas ajudas a quem tem filhos (exemplo: a Alemanha), concerteza isso iria diminuir a taxa de abortos clandestinos.
- Existem muitas pessoas a não usar métodos contraceptivos, recorrendo ao aborto sempre que necessário (conheço casos reais). De certa maneira o aborto é um contraceptivo para muitas mulheres.
- Dizem que vão analisar cada caso e apoiar a mulher que quiser abortar, mas andam a fechar maternidades, hospitais e por vezes uma pessoa que está quase a morrer fica num corredor a espera de um médico.
Para mim, esta mentalidade é grave. Vivemos tempos em que existe tanta maneira de evitar uma gravidez. Eu sei que nenhuma dessas maneiras é 100% segura, mas quantas mulheres (e homens) tomam as devidas precauções?
A lei tem de ser mudada, mas não de forma a matar as crianças de amanhã. Porque não facilitam a adopção por exemplo? Porque não aumentam os abonos, que nem dão para um pacote de fraldas? Porque não aumentam o tempo de baixa de parto? Porque não promovem a educação sexual? Porque não facilitam o acesso a médicos competentes nos centros de saúde? Porque não apostamos na educação e no civismo?
Pois, parece mais fácil o aborto não é?
Eu entendo os argumentos do "sim", mas continuo a achar que não é com esta lei que vamos arranjar solução.
E por isso vou com toda a minha convicção meter a cruz no "NÃO"...
5 comentários:
...olha como também já o referi noutro blog que também lês(butenessa!)eu sou a favor da "interrupção voluntária da gravidez" e por simples motivos, um deles é o direito de opção, acho que todas as mulheres num estado de direito livre têm o direito de optar, outro dos motivos é que eu prefiro não ter um embrião ou feto do que ter crianças maltratadas sem amor nem carinho e que muitas vezes acabam mutiladas como exemplos bem recentes no nosso pequeno país,ou ainda pior nascem crianças para serem deixadas em orfanatos sem nunca saberem o que é ter o carinho de uma família ou ainda bem pior abandonadas á nascença em caixotes do lixo, pois as mães não abortaram porque iam presas...agora imagina uma filha tua(estamos só a supor)que como muitas outras mulheres infelizmente foram violadas e como "prémio" ainda têm um feto na barriga....e agora? se fosses violada tinhas descernimento psicológico suficiente para tomar a pílula do dia seguinte?...ias ter a criança e odiá-la para o resto da tua vida porque era fruto de uma violação? ou abortávas e ias presa????... como tal eu sou a favor do direito de opção! e digo SIM....
E a seguir? Vamos também aproveitar os fetos abortados para o mercado das celulas estaminais?
É uma questão complexa para ser referendada assim na generalidade, penso que deveria ser particionada em n questões para ser aprovada na especialidade...
E após já ter sido bombardeado com muitas opiniões e com muitas tentativas de mudança de opinião, continuo sempre a pensar que nesta era do facilitismo conjugado com o facto de Portugal ser sobejamente conhecido como um pais de abusadores, acho que a resposta é não (enquanto for referendada na generalidade), admitindo porém mudar de opinião assim que vir mudanças.
Quando for mais facil abortar do que ir a uma consulta de planeamento familiar como vai ser? Ou vão dizer que para cada aborto vai haver um acompanhamento dedicado yada yada yada yada, como faz hoje em dia a Segurança Social com as crianças maltratadas? Hum hum...imagino mais um "Abrir (boca) engole (comprimido), abrir (pernas) raspa-raspa deita fora", porque à semelhança do que se faz com as crianças, saber porque a mulher engravidou e não quer prosseguir dá muito trabalho...
Enfim, o conselho mais honesto que posso deixar a todos é que votem de acordo com a vossa consciência.
PS Nestas questões lembro-me sempre na Teoria dos Pequenos Passos, mas sobre esta escrevo um dia mais tarde (ou sob pedido, mediante de requerimento dirigido á minha pessoa em papel azul de 25 linhas :P )
Haja juizo!
Gonçalo:
Acredita que muitas crianças maltratadas foram no passado crianças desejadas. E digo isto por infelizmente conheço um caso real.
Eu votava sim se visse que o nosso Governo tinha esgotado todas as outras opções que ele nem sequer põe em causa.
E quanto ao direito de opção...também tem muito que se lhe diga. Também posso tomar a opção que vou matar uma pessoa. Posso tomar a opção que vou vender droga... É muito complicado. A lei tem de ser mudada sim. Mas tem de ser faseada.
Qualquer das formas, não sou parva e já percebi que o "sim" vai passar. Nem digo isto pelas estatisticas, mas a maioria das pessoas que ouço falar têm essa opinião.
Só me resta, um dia que tenha um filho ou uma filha zelar pela sua educação e transmitir-lhe a minha opinião a esse respeito. Claro que em casos de violações a conversa é outra e nesses casos sou a primeira a dizer que se deve abortar. Mas a actual lei já prevê esses casos. Enfim, como dizia o outro: cada um tem a sua opinião e ela vale o que vale. O que interessa hoje é quem se vai dar ao trabalho de ir votar e fazer prevalecer a sua voz.
Vá bom fim de semana!
Só lamento que tenham existido "campanhas" e "posições oficiais". O sim ou o não deveriam ser única e exclusivamente opiniões individuais e não deviam ser motivo de desentendimento ou até insulto. Afinal de contas, o respeito faz parte da democracia...
Só não percebo o slogan pós-campanha do BE "Bem vindos ao sec. XXI"... será que com tanta coisa que nos torna atrasados em relação ao mundo, este pequeno passo será o passo de gigante que nos catapultou 100 anos para a frente? (não sei a opinião dos outros, se calhar foram 200...se bem que o seculo passado foi só há 7 anos).
Vou esperar para ver...talvez no próximo referendo contem com o meu thumbs up, tipo uma revisão constitucional, adicionando a 2ª emenda da constituição americana à nossa.
Haja juizo!
(e algum bom senso)
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