segunda-feira, novembro 05, 2007

Atropelamentos

Escusado será relembrar os atropelamentos dos últimos três dias. Infelizmente vi o carro do trágico acidente no Terreiro do Paço e não consigo parar de pensar na violência que foi aquele impacto. Meto-me no lugar de quem perdeu um familiar, um amigo. Mas também penso em como se sente aquela pessoa que matou, para todos os efeitos sem querer. Como deve ser impossível tirar aquela imagem da cabeça...
Mas sinceramente, não sei como estes acidentes não acontecem mais vezes, principalmente em sítios estratégicos como a passadeira do Terreiro do Paço. Podemos culpar as obras intermináveis do Metro, podemos culpar os automobilistas, mas em grande parte podemos também culpar os peões.
As pressas, os atrasos, o autocarro por apanhar, o táxi por chamar... levam as pessoas a atravessarem de qualquer maneira. Passam no verde e também no vermelho. Passam por entre os carros. Saltam por cima das protecções das obras. Basta ficar a observar durante 30 segundos para reparar que quem anda a pé não respeita as regras do trânsito.
Soluções? Educar adultos, ensinar-lhes que só devem passar na passadeira e quando está verde parece-me impossível. Ensinar crianças? Como, se os próprios pais não mostram o exemplo atravessando com eles de qualquer maneira.
A única coisa que nos resta é ensinar os nossos próprios filhos, tentando sempre mostrar o exemplo. E porque não também mostrar o exemplo aos filhos dos outros, marcando a diferença?
Mesmo assim, as pessoas são atropeladas nas passadeiras, como foi hoje o caso de uma criança de 6 anos. Vamos ter de, para além de respeitar as regras, andar sempre atentos.

2 comentários:

Marco disse...

Também a minha solidariedade neste momento vai para aqueles que foram vítimas da distração, falta de responsabilidade ou seja o que for que leva alguém a perder a noção de que pode matar. No entanto concordo que muitos pedestres também têm a sua parte de responsabilidade: junto a minha casa há uma curva com 4 faixas de rodagem, sem visibilidade, onde sobretudo velhinhos teimam em atravessar lentamente, meia dúzia de metros ao lado de uma passadeira. Não sei como não morrem ali pessoas diariamente...

Mary disse...

Estamos em maré de azar porque tal como tu disseste com precaução ou sem ela, também é preciso sorte, seja para atravessar a estrada na passadeira ou seja para ir a conduzir calmamente e de repente ser parte integrante de um acidente rodoviário como aquele na A23.
BJs